Desde que dei inicio à minha jornada neste espaço apaixonei-me umas 340 vezes, ingenuamente achei que seria para sempre de todas as vezes. Parecia tão sombrio permanecer ao lado de alguém mais do que seis meses seguidos! Quando conheci o meu último/actual amor, decidi não fazer planos, não decorar datas nem me entusiasmar. Pode ser cliché, contudo o lema era viver um dia de cada vez, sem expectativas. E resultou. Mesmo nas maiores adversidades que já passamos tentei não sofrer por antecipação. Parece estranho hoje recordar que já tivemos por um fio tão curto. Mas permanecemos juntos, a usar todos os problemas para fortificar o nosso laço.
Este é o meu espaço. Dê as voltas que dê, volto sempre aqui. Adoro escrever porém a minha vida deu uma volta tão grande desde o meu último post. Outrora escrevia enquanto ouvia música, bebia um copo de vinho e acendia um cigarro. Hoje escrevo enquanto o meu filho dorme aqui serenamente ao meu lado. Vinha aqui escrever todos os meus dissabores, escrevi tantas coisas que nunca tive coragem de dizer a quem de direito. Talvez não tenha sido falta de coragem porém achei que não mudaria nada. Hoje sou grata por tudo ter acontecido desta forma, os meus dissabores fizeram-me crescer tanto!!! No meu último post já estava grávida e não sabia. Pouco tempo depois descobri que este parte corações já morava no meu útero. Queria poder dizer que chorei de felicidade porém fiquei muda. Ter um filho naquele momento estava completamente fora da equação. Eu tinha planeado algumas viagens antes de ser mãe. Queria ter um emprego estável. Uma casa minha. Restavam 7 meses para reorganizar toda a minha vida. Senti e sinto tanto medo de falhar. Mas um orgulho gigante quando soube que o meu primeiro filho seria um rapaz. Há 12 anos a trás escrevia eu sobre um primeiro amor saberia lá eu que o meu primeiro amor ainda estaria para nascer. Por mais pessoas que possam passar na nossa vida, não existe de facto nenhum amor como o de mãe e filho. Isto é frase de mãe, agora que me tornei numa é difícil evitar! Quero só salientar que ao dia de hoje tenho um rebento de 14 meses que é sem dúvida o Amor da minha vida, aquele que trouxe toda a minha sensibilidade ao de cima.
Sim, o meu humor varia 4 vezes por dia, tal como as fases da lua. Não sei lidar comigo própria. Sou indecisa, há dias que não sei o que hei-de vestir. Quando vou de férias não sei decidir se quero calor ou frio. Todas as manhãs não sei o que me apetece comer , por vezes chego a não tomar o pequeno-almoço por perder tanto tempo a decifrar-me. Não sou romântica. Não consigo chorar com facilidade. Sou péssima em expressar sentimentos , porém sou a melhor conselheira. Sou a pessoa que ri á gargalhada quando está nervosa. Falo pelos cotovelos. Tenho sempre histórias para contar, porque gosto de fazer rir. Adoro dormir, principalmente a sesta. Sou de ideias fixas, bastante. Como costumo dizer, indecisa mas quando me decido vou até ao fim, doa o que doer. Tantas loucuras que já cometi, mas todas tão enriquecedoras. Esta sou eu, a que por norma quando se senta com um copo de vinho, um cigarro e a música preferida expressa se através da escrita. Coincidentemente sempre em dias melancólicos, em dias que não me sinto bem em lugar algum a não ser aqui.
E novamente sento-me na minha poltrona, aquela que me aconchega e me faz repensar tantas e tantas coisas. Fecho os olhos e vejo tão nitidamente o dia em que te conheci, o sorriso que fizeste, o som da tua voz tão melódica. Onde estás? Onde está a tua calma, todos os projetos que juntos elaboramos, a boa disposição, a compreensão? Onde estão as nossas gargalhadas? O teu abraço era o único que me acalmava.
Vou contar a nossa história tantas vezes e ainda assim não me irei cansar. Desabafamos tanto os nossos problemas, choramos tantas vezes enquanto trocávamos mensagens só porque tudo corria da forma errada. Apoias-te-me sempre, mesmo quando o mundo parecia ter acabado tu tinhas sempre uma palavra amiga para mim. A nossa amizade fortaleceu e confiava tanto em ti como em mim própria. Falávamos horas. Dissemos tantas vezes, em tom de brincadeira, que um dia iríamos casar. O tempo correu e a nossa amizade permaneceu intacta. Naquele dia estavas irrequieto , eu sabia sempre quando não estavas bem, mesmo antes de me contares. Eu sentia as tuas dores. Eu sentia e sinto em mim quando não estás bem. Naquele dia eu soube que irias precisar de mim e como tal fiquei á espera de uma mensagem tua.
Sabes quantas vezes desejei, sem maldade, aquele dia? Sabia que para ti seria o fim do mundo, a ponta do abismo, a tempestade no copo de água. Porém eu sempre fui tão paciente. Ainda que pudesses não merecer o meu ombro, eu deite-o sem pensar 2 vezes. Desejei todos os dias poder apagar o teu sofrimento e a tua dor. Quis que os teus dias tivessem mais cor a cada manhã. Adormeci todas as noites a pensar em ti. Não merecias. Não merecias cada lágrima que inevitável deixavas cair. Deste tudo. Sobretudo a tua lealdade. Sei que repensas-te a tua decisão vezes e vezes sem conta. Mas deixa-me dizer-te que tenho muito orgulho em ti. Por teres conseguido.
Hoje, ironicamente, a nossa amizade não só permanece, como prossegue de mãos dadas com a nossa cumplicidade. Cada obstáculo deixou nos mais fortes e unidos e quando menos esperamos o abraço que tanto desejamos promiscuamente aconteceu. E deixa-me confessar que o teu abraço é o melhor na hora da despedida, mesmo quando me sinto do tamanho de uma ervilha e com os olhos rasos de lágrimas o teu abraço conforta-me, dá-me a coragem que me falta.
Não posso prometer, contudo vou continuar á tua espera. Não podia ter encontrado namorado mais dedicado do que tu, mais amoroso ou compreensivo. Agradecer ao universo é pouco tendo em conta o tamanho da sua generosidade para comigo. ❤
Tenho o hábito de criar expectativas. Enormes expectativas. Talvez isso me faça sentir viva. Porém a vivacidade desaparece quando percebo que todas as expectativas são demasiado surreais para serem concretizadas. Por consequência o sentimento de desilusão apodera-se de mim. Fico irritada com todo o mundo que me rodeia quando sou somente eu a culpada por toda a expectativa criada. É tão difícil confiar em todas as palavras que ouço, em todos os gestos meigos vindos na minha direcção tudo culpa das minhas expectativas e por achar que todas as pessoas podem ser honestas.
Conheço-te á tanto tempo. Confesso que imaginei o meu futuro todo contigo. Tenho sido tão paciente voluntariamente porém nunca vou saber o tamanho da tua honestidade. Irei questionar-me todas as manhãs se vais esperar por mim. Sem me aperceber o meu coração está me a atraiçoar, perdi-lhe as rédeas, ele apaixonou-se e eu sinto-me do tamanho de uma ervilha porque não me sei exprimir e por isso continuo a criar expectativas, que um dias vás entender que estou aqui á tua espera. Que um dia apareças sem eu estar á espera.